Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é formada pelo conjunto das usinas nuclearesAngra 1,Angra 2 e Angra 3 de propriedade da Eletronuclear, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás. São o resultado de um longo Programa nuclear brasileiro que remonta à década de 1950 com a criação do CNPq liderado na época principalmente pela figura do Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, que lhe empresta o nome.
Localização
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAA) está localizada às margens da rodovia Rio-Santos, na praia de Itaorna, aproximadamente a meio caminho entre os centros dos municípios de Angra dos Reis e Paraty, no Estado do Rio de Janeiro. As razões determinantes dessa localização foram a proximidade dos 3 principais centros de carga do Sistema Elétrico Brasileiro (São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro), a necessária proximidade do mar, e a facilidade de acesso para os componentes pesados.
A interligação elétrica da usina ao sistema elétrico é feita por linhas de transmissão em 500kV para as subestações de Tijuco Preto (SP) e Adrianópolis (RJ). Uma interligação em 138 kV existe para alimentar os sistemas da usina nos períodos de parada.
Instalações
Angra 1
Além das usinas de Angra 1 e 2, e das obras da Usina de Angra 3, a área da Central abriga ainda 2 subestações elétricas (138 e 500 kV) operadas por Furnas Centrais Elétricas S.A., os depósitos de armazenamento de rejeitos de baixa e média atividade, e diversas instalações auxiliares (prédios de engenharia, almoxarifados, etc).
A potência total das usinas é de 2007 MW, dos quais 657MW em Angra 1 e 1350MW em Angra 2. Adicionalmente está em construção a usina nuclear de Angra 3, com capacidade idêntica a Angra 2 e entrada em operação prevista para 2014.
Nas cercanias da Central existem ainda as vilas residenciais de Praia Brava e Mambucaba, que abrigam os operadores das usinas além de laboratórios de monitoração ambiental, centros de treinamento e hospitais.
História
Em 1982, após longo período de construção, teve início a operação comercial da Usina de Angra 1, com 657 MW. O início da vida da usina foi marcado por diversos problemas, que levavam a constantes interrupções na operação. Houve mesmo longo litígio entre Furnas Centrais Elétricas, então operadora da usina e a Westinghouse, sua fornecedora. A partir de 1995, com a solução dos problemas técnicos e com o aprendizado das equipes de operação e manutenção, o desempenho da usina, medido pelo seu fator de capacidade, melhorou substancialmente.
Em 2000 entrou em operação a Usina de Angra 2 com 1350 MWe. Esta usina foi construída com tecnologia alemã Siemens/KWU, ainda no âmbito do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. Em seu primeiro ano de operação a Angra 2 atingiu um fator de capacidade de quase 90% (2001).
No ano de 2007 a CNAA gerou o montante de 12.365.399 MWh de energia bruta, o que representa cerca de 40% do total da energia térmica gerada no país no ano.
Atualmente, a energia nuclear corresponde a 3.3% do consumo do país (PRIS, 2007).
De 1985, quando entrou em operação comercial a usina de Angra 1, até 2005 a produção acumulada de energia das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 somam 100 milhões de megawatts-hora (MWh).
Isso equivale à produção anual da usina hidrelétrica Itaipu Binacional ou ainda à iluminação do estádio do Maracanã por 150 mil anos. 100 milhões de megawatts-hora seriam suficientes para iluminar o Cristo Redentor por 1,8 milhão de anos; a Passarela do Samba (Sambódromo) por 28,9 mil anos, com os monumentos acesos 12 horas/dia nos 365 dias do ano. A produção acumulada de energia das usinas nucleares brasileiras seria suficientes, ainda, para abastecer por mais de 60 anos toda a iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro ou o consumo do estado do Rio durante três anos. Nos próximos seis ou sete anos, as duas usinas poderão repetir este número, gerando uma média de 15 milhões de megawatts.hora/ano.
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é operada pela Eletronuclear e gera 2000 empregos diretos e cerca de 10.000 indiretos no Estado do Rio de Janeiro.
Em 2008 foram produzidos na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 14.003.775 MWh, correspondendo a 3% do consumo de energia elétrica do Brasil.
Energia nuclear no mundo
Existem hoje 441 reatores nucleares em operação em 31 países gerando eletricidade para aproximadamente um bilhão de pessoas e responsáveis por aproximadamente 17% da energia elétrica mundial. Em muitos países industrializados a eletricidade gerada por reatores nucleares representa a metade ou mais de todo o consumo. 32 usinas estão atualmente em construção. A energia nuclear tem um histórico de confiabilidade, ambientalmente segura, barata e sem emitir gases nocivos na atmosfera.
Operação
As usinas operam normalmente a plena capacidade 100% do tempo, sendo desligadas uma vez por ano para recarga do reator. Estas paradas duram cerca de 30 dias e, além da recarga, são feitos diversos testes nos sistemas normais e de segurança, além de manutenções programadas. O despacho das usinas é comandado pelo ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Região Circunvizinha
A região de Itaorna, antes um local remoto e ermo, viu gradativamente crescerem comunidades e bairros ao ser redor. Assim, além das vilas de Praia Brava e Mambucaba, habitadas pelos operadores das usinas, existem hoje nas proximidades da vila de Mambucaba a comunidades do Perequê, e, um pouco mais distante, do Frade.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
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